Enfrento, e reconstituo os pedaços, a gente enfeita o cotidiano - tudo se ajeita.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
cada hora é como uma semana
A água morna banhava todo meu corpo, ali eu tentava esquecer de todos os fatos, de tudo que a vida me enfiou goela a baixo. Mas de nada adiantava, cada vez que eu fechava os olhos, as lembranças vinham, malditas lembranças persistentes que insistem em voltar. Pudera eu aquecer todo aquele vazio interior, precisava amenizar a dor da realidade que foi entregue á mim. Mesmo de todas aquelas provas, mesmo depois de tudo que eu havia feito por aquelas pessoas que diziam me amar, nada funcionou, nada adiantou, e o que eu ganhei foi apenas a destruição de sentimentos puros. Toda aquela tristeza que jorrava do meu coração, fez com que eu abrisse os olhos, e me lembrasse da confiança, a confiança em mim mesma. Custei a perceber que mesmo cercada de pessoas confiantes, só devemos confiar em nós mesmos. Fui desligando o chuveiro, saí do box, me troquei e fui para meu quarto; deitei na cama e fechei os olhos novamente, mesmo sabendo que as lembranças voltariam, permanecer com eles abertos não mudaria em nada. Eu só queria ter asas naquele momento, para voar e sentar em um lugar bem alto, observar as luzes da cidade, me sentir livre, completamente livre, mesmo presa a todos esses sentimentos. Eu olharia para a lua, e perceberia, que ela ali, mesmo pouco acompanhada, hora rodeada de estrelas, hora solitária, nunca deixou seu brilho apagar.
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