Enfrento, e reconstituo os pedaços, a gente enfeita o cotidiano - tudo se ajeita.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Essa dor que tu sentes, esse sentimento que te desliga do mundo, que te coloca em contato apenas com mil fantasmas, mil medos e mil coisas que tu não querias ver... não foi feita pra te derrubar. Ela existe apenas pra ilustrar a quantidade de passado que estamos colocando na mesma sacola. Nosso passado. Ela existe apenas pra te lembrar o quanto de história nós vivemos, caso venhas a esquecer tudo isso, novamente. Eu sinto a mesma dor, mas foi de tanto sentir que aprendi as coisas que hoje te escrevo. Aprendi que é ela, a dor, quem te faz ser importante. É ela, a dor, que cresce exponencialmente todo dia, pra que haja espaço pra ti dentro de mim, quando ela vai embora (mas nunca é pra não mais voltar). E quando teus olhos brilharem perto de mim o bastante para te alcançar com meus braços, tu vais esquecer a dor, a espera que machuca, as coisas tu fizeste achando que iria me agredir, e todas as feridas serão curadas. Um novo coração pra sentir tudo aquilo denovo, só que de forma mais intensa, mais duradoura, mais viva. A dor, sua mais nova amiga.
(Lucas Silveira)

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